O
juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Operação Lava
Jato na primeira instância, em Curitiba, aceitou nova denúncia do
Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente da República Luiz
Inácio Lula da Silva e mais sete pessoas, tornando-os réus no processo. A
denúncia é relativa à compra de um terreno para a construção da nova sede
do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do ex-presidente, em São
Bernardo do Campo (SP).
Essa
é quinta ação penal aberta contra Lula, a terceira em
processos relacionados à Lava Jato. Além disso, ele é réu
nas Operações Zelotes e Janus. Lula foi indiciado pelo crime de
corrupção passiva, enquanto as demais pessoas citadas foram indiciadas por
lavagem de dinheiro. As investigações são um desdobramento das apurações
envolvendo a atuação de Palocci como um dos responsáveis por intermediar os
interesses da Odebrecht no governo federal e distribuir propinas ao PT.
Para
a PF, o imóvel ao lado do apartamento do ex-presidente e o terreno onde seria
construída a nova sede do Instituto Lula envolvem pagamentos de propina da
Odebrecht para o ex-presidente e, por isso, foram unificados. Além do petista,
viraram réus o empresário Marcelo Odebrecht, acusado da prática dos
crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro; Antônio Palocci e Branislav
Kontic, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e Demerval
Gusmão, Glaucos da Costamarques, Roberto Teixeira e Marisa Letícia Lula da
Silva – mulher de Lula –, acusados da prática de lavagem de
dinheiro.
Segundo
a denúncia do MPF, constam dois valores registrados: um de “7,2 milhões de
reais relativo a um compromisso de compra e venda e outro de 15 milhões de
reais relativo a uma cessão”. Segundo laudo da PF, a planilha “posição
Italiano”, referente aos acertos ilícitos da Odebrecht com Palocci, há uma
rubrica específica em que consta a observação “Prédio (IL)
seguido dos valores de R$ 12.422.000,00 dividida em três parcelas de R$
1.057.000,00, uma de R$ 8.217.000,00 e outra de R$ 1.034.000,00.”
(Portal revista Veja)