Partido apodrece na corrupção. |
O Partido foi humilhado nas
urnas. Dizimado politicamente. Transformado em pó pelas mãos de quem deve ter
sempre a última palavra sobre os desígnios da Nação: o povo. O discurso
loroteiro de golpe com o qual tentava iludir os incautos sucumbiu. O PT ouviu
um sonoro não de cidadãos das mais variadas matizes sociais e regiões do País. O
PT encheu as burras de dinheiro via caixa dois e, de quebra, enriqueceu vários
de seus representantes – Lula entre eles – enquanto quebrou o País. 12 milhões
de desempregados e seus familiares, num contingente que se estima chegar a
inacreditáveis 50 milhões de pessoas sem renda, transformaram-se nas maiores
vítimas desse descalabro. Com certeza elas não iriam avalizar a turma que
empreendeu essa marcha de insensatez. Como herança o PT legou um déficit de R$
170 bilhões nas contas públicas, uma dívida interna de quase R$ 4 trilhões,
companhias quebradas, recessão e desordem administrativa generalizada. Um
desastre rotundo. O PT tem que se reinventar. Sair atrás de um novo discurso,
novas bandeiras. Recomeçar do zero. Do contrário enfrentará a sina da extinção
inevitável. Lula, que caminha a passos largos para a cadeia, ainda insistia por
esses dias em negar a realidade. Vangloriava-se durante a votação de comandar
“o partido mais popular do Brasil”. Ledo engano. Os números desmentem a bravata
e são devastadores. O PT desabou no ranking, de terceira maior legenda para uma
desconcertante décima colocação. Está menor que o DEM, antes apontado como em
decadência, e conta com menos da metade das prefeituras do recém-criado PSD. No
rastro da derrocada, perdeu mais de 23 milhões de votos em nível municipal,
quase 400 prefeituras de 2012 para cá e foi praticamente varrido das capitais
brasileiras, restando apenas uma: Rio Branco, no Acre. O antigo cinturão
vermelho do interior paulista foi perdido para os opositores e, no tradicional
reduto de Osasco, o PT não elegeu sequer um único vereador. O massacre se
estendeu por São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Guarulhos. Lula não
conseguiu emplacar nem mesmo o enteado como vereador. Nas campanhas em que ele
se engajou os candidatos derreteram. O mesmo acontecendo com a presidente
deposta, Dilma Rousseff, que ajudou a afundar as pretensões de sua escolhida,
Jandira Feghali, no Rio de Janeiro. Como bem apontou o histórico quadro da
agremiação, o ex-governador petista, Olívio Dutra, “O PT tem de levar lambada
forte mesmo” depois de tudo o que fez. No topo dos vexames, o até aqui prefeito
paulistano, Fernando Haddad, encarou uma acachapante surra do tucano, estreante
na disputa, João Doria, eleito no primeiro turno ao próximo mandato. Algo que
nunca aconteceu desde a instituição do mecanismo de dois turnos. Haddad fez
menos de 17% dos votos, no pior desempenho petista em São Paulo em mais de 30
anos. A ruína do Partido foi consagrada nas urnas e a melhor saída começaria
por um pedido de desculpas pelos erros.
(Portal da Revista ISTOÉ)