Temer defende reforma da previdência: "Daqui
a seis sete anos quando eu, aposentado, for ao governo para receber o meu
cartão, o governo não terá dinheiro para pagar"
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Elizeu Padilha, ministro da Casa Civil, diz que
governo federal pretende concluir reforma da previdência em outubro. Michel Temer deu inicio a uma serie de reuniões
com parlamentares, centrais sindicais, e empresários para ajustar a versão
final da proposta. Pela nova proposta, o brasileiro tem que trabalhar
até os 65 anos. É tentativa do governo para reduzir o buraco na Previdência,
que só aumenta. No ano passado, chegou a R$ 85 bilhões, este ano deve
ultrapassar os R$ 145 bilhões, e a tendência é crescer, porque as pessoas estão
vivendo mais e tendo menos filhos.
O projeto de reforma da Previdência que o
governo vai mandar para o Congresso prevê
regras iguais para trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público. A
idade mínima para se aposentar deve ficar em 65 anos. Mulheres e professores
podem ter o direito de se aposentar um pouco antes. Isso ainda está sendo
discutido.
“A expectativa de vida do brasileiro quando foi
concebido esse sistema era de 56 anos. Nós estamos agora com a expectativa de
vida em 78 anos, nos aproximando dos 80. E, em contrapartida, o índice de
natalidade, quando esse sistema foi concebido, era de números redondos, 5
filhos por família. Agora, nós estamos com 1,7, caindo para 1,5. Então, menos
gente entra no mercado para trabalhar e mais gente fica aposentada para receber
o valor”, explica o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
“Esta
proposta que o governo fez de aumentar a idade mínima para quem está no mercado
de trabalho não terá nenhum apoio das centrais sindicais e acho que
dificilmente o Congresso Nacional vai aceitar uma proposta dessa”, declara o
deputado Paulinho Pereira da Silva (SD-SP).
Os partidos que apoiam o governo
reconhecem que o tema é polêmico, mas dizem que estão dispostos a enfrentar o
debate. “Eu acho que é possível votar este ano se mostrarmos que temos vontade
de trabalhar e defender os interesses da população brasileira, do país como um
todo”, acredita o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), líder do partido.
(Portal Globo, Jornal Folha de S.Paulo)