Guido Mantega cobrou propina para o PT (foto: Ueslei Marcelino/Reuters) |
O ex-ministro da Fazenda Guido
Mantega (PT) foi preso na manhã desta quinta-feira (22) pela PF (Polícia
Federal) durante a 34ª fase da Operação Lava Jato. Ele é alvo de um mandado de
prisão temporária com duração de cinco dias e será levado para Curitiba.
Segundo as investigações, em
2012, o então ministro Mantega atuou diretamente junto ao empresário Eike
Batista, dono da empresa OSX que havia sido contratada pela Petrobras, para
negociar o repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha de
partidos políticos aliados do governo. Em depoimento, Eike declarou que recebeu
pedido do ex-ministro para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões para o PT.
Mantega comandou o ministério
entre 2006 e 2014, nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e
Dilma Rousseff. Ele também foi presidente do Conselho de Administração da
Petrobras. A prisão temporária é decretada em casos específicos e prorrogável
por igual período caso comprovada sua necessidade
A nova fase, batizada de Arquivo
X, cumpre 33 mandados de busca e apreensão, oito de prisão temporária e oito de
condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir prestar esclarecimentos)
no Distrito Federal e em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do
Sul e Bahia.
Inicialmente, a PF foi até a
casa de Mantega no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, mas o
ex-ministro não estava no local. Ele se encontrava no Hospital Albert Einstein,
na zona sul da cidade, onde acompanhava a mulher e foi preso. Ela passaria por
uma cirurgia. "Nós só esperamos que
não atrapalhem a cirurgia", afirmou José Roberto Batochio, advogado de
Mantega, ao jornal "Folha de S.Paulo".
Além do ex-ministro, executivos
das empresas Mendes Júnior e OSX são alvos desta fase. Segundo a PF, são
investigados fatos relacionados à contratação por parte da Petrobras de
empresas para a construção de duas plataformas (P-67 e P70) para a exploração
de petróleo na camada do pré-sal.
De acordo com as investigações,
o Consórcio Integra Offshore (formado pela Mendes Júnior e OSX) firmou com a
Petrobras um contrato no valor de US$ 922 milhões (R$ 2,96 bilhões em valores
atuais) muito embora não possuísse experiência, estrutura ou preparo para
tanto.
Para conseguir isso, diz nota da
PF, os seguintes expedientes foram utilizados: "fraude do processo
licitatório, corrupção de agentes públicos e repasses de recursos a agentes e
partidos políticos responsáveis pelas indicações de cargos importantes da
estatal". (UOL)